A deiscência do canal semicircular superior é uma condição do ouvido interno gerando perda auditiva e desequilíbrio nos pacientes afetados. Os sintomas são causados por ausência de parte do osso temporal que recobre o canal semicircular superior do sistema vestibular. Isso pode resultar em erosão progressiva ou trauma físico para a base do crânio. Já existe evidência que esse defeito ou susceptibilidade tem componente genético.
Essa deiscência do canal superior pode afetar tanto a audição com o equilíbrio de forma diferente entre os indivíduos. Pode incluir sintomas com autofonia (escutar ruídos internos, como o batimento cardíaco e movimentos oculares), tontura, vertigem ou desequilíbrio crônico, fenômeno de Túlio (vertigem ou desequilíbrio induzido por ruído intenso), perda auditiva condutiva, plenitude aural, zumbido pulsátil, fadiga e dor de cabeça.
As pesquisa recentes indicam que em aproximadamente 2.5% da população, os ossos da cabeça desenvolvem somente até 60-70% da espessura nos meses seguintes ao nascimento. Essa predisposição genética pode explicar porque a espessura do osso temporal separando o canal superior da cavidade craniana, que tem normalmente 0.8 mm, somente apresentar espessura de 0.5 mm, deixando mais frágil e mais susceptível a danos resultantes de trauma craniano ou erosão lenta e progressiva. A presença da deiscência pode ser detectada por tomografia computadorizada de alta resolução.
Outros testes diagnósticos incluem potencial evocado miogênico vestibular (VEMP), videonistagmogrfia (VNG), eletrococleografia (EcoG) e a cadeira rotatória. Quando diagnosticado, esse defeito no osso temporal pode ser reparado através do fechamento cirúrgico do osso afetado ou tamponamento do canal semicircular superior. Essas técnicas são realizadas através do acesso área comprometida através de craniotoma por fossa média ou acesso transmastoídeo.